Anfavea vê produção local de elétricos e híbridos como uma necessidade

Números da associação mostram que segmento já responde por 2,4% do mercado

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, declarou nesta sexta-feira (8/7) que a produção de veículos leves elétricos e híbridos no País é uma “necessidade”. Atualmente apenas a Toyota e Caoa Chery produzem automóveis híbridos no Brasil, enquanto nenhuma montadora fabrica elétricos localmente.

Números da associação anunciados hoje mostram que a participação de elétricos e híbridos somados no mercado brasileiro cresceu um ponto porcentual em um ano e chegou, no fim do primeiro semestre, a 2,4%. Além disso o emplacamento de elétricos pela primeira vez superou 1 mil unidades em um único mês (junho) e, conforme o Use Elétrico havia antecipado com exclusividade no mês passado, o número de emplacamentos de automóveis e comerciais leves 100% elétricos na primeira metade desse ano já ultrapassou o total de janeiro a dezembro do ano passado.

“Precisamos trabalhar com um processo de industrialização [de modelos leves híbridos e elétricos]. Temos diversas tecnologias que serão utilizadas para alcançar a descarbonização. Qual é a correta? Ambas. O ponto de convergência é que precisamos produzi-las no País. Queremos trazer essa produção, defendemos o enraizamento da tecnologia no Brasil, defendemos que esse conhecimento seja desenvolvido no nosso país e que ajudemos a demanda”, afirmou Leite.

O dirigente da Anfavea disse também que houve na semana passada uma reunião da Anfavea com o Ministério de Minas e Energia onde foi abordada a questão das reservas de Lítio do Brasil (matéria-prima utilizada na produção de baterias para veículos elétricos e eletrificados). “O Brasil tem uma posição vantajosa nessa questão. Nós como setor temos responsabilidade de trazer para o país a produção de baterias, de tecnologias de eletrificação, e não trabalharmos com importações. Temos ajudado na coordenação disso, colocando toda a cadeia para participar. É simples falar ‘temos Lítio’, mas o que vamos fazer com ele? Vamos exportar ou teremos um programa de industrialização local?”, questionou.

Segundo Leite as associadas à Anfavea tem contato com as matrizes fora do Brasil, que “também estão à procura desse insumo”. Ele acrescentou que “para criar uma base forte no Brasil que justifique essa industrialização precisamos de uma massa crítica, de demanda, e trabalharmos com interesse das matrizes das empresas. Por que não podemos exportar essas tecnologias?”.

Os números da Anfavea apontam que de janeiro a junho foram vendidos no Brasil 17.068 automóveis e comerciais leves híbridos ante 13.160 no mesmo período do ano passado (crescimento de quase 30%). Já os elétricos responderam por 3.394 unidades no primeiro semestre ante 739 de janeiro a junho de 2021 (+350%) e 2.860 unidades no total do ano passado (janeiro a dezembro). O crescimento, assim, é nítido — e sua velocidade está bem além do que alguns analistas previram.

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