Marca de luxo desembarcará no Brasil em breve com híbridos e elétricos

Uma Audi da Chery. É assim que a Exeed se vê e quer ser vista no Brasil. A fabricante de origem chinesa, dedicada exclusivamente à produção de SUVs de luxo, já bateu o martelo e decidiu que virá, definitivamente, ao Brasil. E não terá, de forma surpreendente, apoio da Caoa Chery neste processo.
“A Exeed tem uma equipe própria e é uma divisão independente do Grupo Chery. Temos autonomia para definir estratégias direcionadas exclusivamente para a marca, incluindo as globais”, explicou Charlie Zhang, vice-presidente internacional, durante uma apresentação on-line ao vivo, transmitida diretamente da China e produzida exclusivamente para jornalistas brasileiros na quinta-feira (11/8). O Use Elétrico foi um dos convidados, em número restrito, e o único veículo de imprensa nacional especializado em veículos elétricos e híbridos a participar da apresentação.
O executivo avisou que “o mercado brasileiro é considerado estratégico e crucial para a Exeed dentro de seu plano global. Formulamos uma estratégia detalhada de desenvolvimento da marca no Brasil. Atualmente estamos fazendo algumas pesquisas de mercado e outros preparativos para melhor atender às necessidades dos consumidores locais e às políticas de mercado. Falaremos mais sobre isso em breve”.

Zhang chegou até mesmo a mencionar a possibilidade de produção local, “dependendo do volume de vendas”, mas confirmou que o início das atividades da marca aqui se dará mesmo com modelos importados.
Durante a apresentação a Exeed fez questão de destacar o que chama de “herança de 100 anos da cultura automobilística europeia” em seu DNA. Fato é que a marca nasceu exatamente para disputar o mercado europeu, rompendo a barreira dos modelos chineses focados em seu próprio mercado. Para isso contratou nomes de peso para o time de engenharia e design, todos com passagem por outras montadoras como BWM, Jaguar Land Rover, Ford, Hyundai, GM e outras.
A marca também procurou demonstrar que utiliza os mesmos fornecedores de grandes fabricantes globais, tais como Bosch, Dell, Valeo, Magna, Benteler e outras.

Quanto à forma de atuação no mercado brasileiro, Zhang disse que “é possível buscar uma cooperação com qualquer grande parceiro ou operar de forma independente. Tentaremos vários métodos e certamente encontraremos o caminho mais adequado no Brasil”. A Caoa, parceira da Chery no Brasil, porém, parece carta fora do baralho, ao menos nesse momento. Aparentemente será mais provável, inclusive, que a Exeed desembarque aqui por conta própria.
Falando especificamente em produtos a Exeed revelou durante a apresentação sua estratégia futura: os já conhecidos SUVs VX, TXL e LX ganharão atualizações e ainda a companhia de um inédito modelo RX, intermediário entre o VX e o TXL — todos movidos por motores de combustão interna.
A coisa começa a ficar mais interessante, porém, na futura linha de eletrificados. LX e RX terão versões híbridas plug-in “de segunda geração”, segundo a empresa. E nascerão até o fim de 2023 dois modelos 100% elétricos, por enquanto conhecidos somente pelos nomes-código E03 e E0Y – e quem apostar que o carro-conceito AtlantiX tem algo a ver com eles terá boas chances de acertar.

Zhang admitiu que a chegada da Exeed ao Brasil pode ocorrer inicialmente apenas com modelos a combustão, mas salientou que uma segunda fase, mais aguda, será centrada nos eletrificados. “Queremos ser até 2030 uma marca verde inteligente de luxo global”, resumiu. Ele ainda indicou que os eletrificados serão também parte fundamental no Brasil para atendimento às metas de eficiência energética exigidas pelo programa Rota 2030.