Modelo é só o primeiro de quatro elétricos já confirmados para o País

A Chevrolet mostrou na última sexta-feira (26/8) para um grande grupo de jornalistas brasileiros o novo Bolt EV, em evento realizado no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, SP — entre os convidados estava a reportagem do Use Elétrico.
Mais do que oferecer um test-drive no modelo 100% elétrico em versão renovada em sua pista de testes de durabilidade, cheia de trechos que reproduzem condições reais das ruas e estradas brasileiras — ondulações, buracos, costelas de vacas, paralelepípedos etc. — o evento serviu para mostrar o quanto a GM do Brasil acredita e está disposta a investir neste mercado.
De acordo com Paulo Leandro Santos, gerente de marketing de produto da GM, os carros elétricos já ultrapassaram a marca de oito mil emplacamentos no Brasil. Ele lembra, com muita propriedade, que “há três anos esse era um mercado praticamente inexistente no País”. Segundo dados da ABVE de 2010 a 2019 foram ao todo 1.184 unidades vendidas no mercado nacional; de 2020 ao primeiro semestre de 2022 as vendas chegaram a 7.047, algo como sete vezes mais.
Destes 8 mil quase 250 são Chevrolet Bolt, vendido aqui desde o fim de 2019 — foram 7 unidades comercializadas naquele ano, 108 em 2020 e 132 em 2021, segundo números da Fenabrave. Em 2022 não houve oferta do modelo até agosto, já na versão nova, com lote de vinte unidades em pré-venda esgotado em menos de 24 horas, segundo a GM.
Já é uma massa crítica interessante e de onde se pode tirar várias conclusões e reflexões. Paulo diz que “quem usa o elétrico não quer voltar mais para um veículo a combustão, pois sente muito a diferença”. Estudos da GM apresentados no Simea 2022 dão conta de que o índice de fidelidade à tecnologia é de 90%, ou seja, a maioria esmagadora dos compradores do Bolt quer comprar outro elétrico quando achar que chegou a hora de trocar de carro.
Outro dado muito importante e ainda mais significativo aponta que 80% dos compradores do Bolt fazem a recarga em casa. E mais: a maioria, 56%, roda de 30 a 50 quilômetros em uso urbano por dia. E quando vão às estradas, 63% dos clientes viajam em roteiro de no máximo 400 quilômetros.
“As pessoas estão começando a entender melhor os elétricos e os mitos estão caindo. As buscas por ‘carro elétrico’ no Google, por exemplo, triplicaram nos últimos três anos e a tendência aponta crescimento ainda maior”, acrescenta Paulo.
A GM também fez contas no que diz respeito à infraestrutura: por seus cálculos há hoje no Brasil mais de 1,3 mil carregadores públicos, sendo 445 deles em São Paulo.
Diante destes dados, números e pesquisas a GM do Brasil então traçou sua estratégia: ela quer ser nada menos do que a líder em vendas de modelos elétricos no Brasil, tomando o papel que hoje cabe à Volvo. O Bolt EV apenas abre uma nova e firme ofensiva Chevrolet em elétricos — a ponto da fabricante, quem diaria, distribuir bonés e camisetas com a inscrição Chevrolet com a terceira e a quarta letras, EV, destacas em azul. Não é pouca coisa.
Daqui por diante virão o Bolt EUV, versão SUV deste novo Bolt agora apresentado, a Blazer EV e o Equinox EV, todos a partir de 2023. Híbridos? Não. A estratégia da GM no Brasil (e em toda América do Sul) é saltar direto para os elétricos.
Na pista

Durante a apresentação a Chevrolet revelou o preço do novo Bolt EV: salgados R$ 329 mil reais (e R$ 12 mil acima do valor cobrado na pré-venda). Como a própria montadora afirmou que o modelo representa a porta de entrada para seus elétricos mercadologicamente falando, é de se esperar que os outros três tenham valores de tabela ainda mais altos.
Pelo menos, por assim dizer, os primeiros 40 compradores levarão para casa o novo wallbox da marca com instalação inclusa. É um equipamento de 7,4 kW que, pelos cálculos da GM, acrescenta 40 quilômetros de autonomia por hora e faz a recarga completa em 9,5 horas — uso ideal, portanto, para residências com operação durante a noite.
Com o novo Bolt EV a GM passou a anunciar a autonomia tanto no ciclo EPA (416 km) quanto np WLTP (459 km). A fabricante entendeu, diante de relatos de consumidores que conseguiram constantemente alcançar autonomia de 500 km ou até mais com o modelo, que ficar só no EPA representava atitude desnecessariamente conservadora.
Nos poucos mais de 4 quilômetros da pista de durabilidade D1 de Cruz Alta, que simula inclusive uma subida de serra, a reportagem do Use Elétrico atestou rodagem exemplar do novo Bolt EV, com excelente comportamento dinâmico, ótimo nível de conforto e suspensão muito bem ajustada às necessidades locais. O silêncio na cabine é tamanho que o ruído dos pneus no asfalto, algo totalmente ignorado quando se percorre a pista em um veículo a combustão, chega a chamar a atenção.
A atualização do desenho foi bem acertada e deixou o modelo com ares mais modernos, sem exageros mas ganhando atratividade. Tem, efetivamente, jeito de carro novo.
Mas o novo Bolt EV destaca-se principalmente pelo conteúdo de equipamentos, o que ajuda, em parte, a justificar seu alto preço. São de série 10 airbags, controle de cruzeiro adaptativo, assistente de estacionamento com visão 360 graus e câmeras de alta definição, assistente de permanência na faixa, alerta de ponto cego, alerta de movimentação traseira em marcha ré, alerta de colisão frontal com detecção de pedestres, frenagem automática de emergência, sistema de som Bose com subwoofer, carregador de celular por indução, Android Auto e Apple CarPlay via conexão sem cabos (o que permite usar o Plug Share, por exemplo, direto na tela do sistema multimídia), OnStar com pacote Protect & Connect grátis por um ano, sistema de atualização remota de software, bancos com aquecimento, banco do motorista com regulagem elétrica, faróis e lanternas Full LED com sensor crepuscular e freio eletrônico de estacionamento.
De quebra, e um dos itens mais interessantes e valorosos, wi-fi nativo com Spotfy e Alexa já instalados. Além disso a alanca do câmbio, que no modelo anteior era tipo joystick, desapareceu e foi substituída por botões.

Carro muda pouco e a GM pedindo R$ 329 mil nele,na hora que o carro juntar teia de aranha nas ccs ela não vai saber pq.
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