Dados apontam que modelo não necessita ser recarregado durante a semana em vários casos

A Nissan revelou ontem (29/9) um interessante estudo envolvendo o uso real do Leaf no Brasil, indicando o consumo da bateria e a necessidade de recarga em quatro cenários típicos do uso do automóvel pelo consumidor brasileiro.

A pesquisa foi realizada com rodagem na região metropolitana de Curitiba, PR, e seus arredores.

No primeiro cenário o consumidor utiliza o veículo diariamente para pequenos deslocamentos, como sair de casa para levar e pegar filhos pequenos na pré-escola, ir ao shopping ou supermercado e voltar para casa. Nesse quadro o uso diário do Leaf seria de até 21 quilômetros, o que significa que ao fim do dia o modelo, partindo da bateria cheia, retornaria ainda com 91% de carga.

Neste caso o Leaf, ao fim de cinco dias úteis (segunda a sexta-feira), ainda teria 55% de carga disponível na bateria, mesmo sem nenhum carregamento realizado neste intervalo — o que significaria algo próximo a 150 km de autonomia para rodar no fim de semana.

No segundo cenário estudado o uso do Leaf é maior, com ida e volta de casa para o trabalho e levar e buscar filhos na escola, rodando 30 km por dia. Ainda assim o Leaf chegaria na sexta-feira à noite com 35% de bateria disponível mesmo sem nenhuma recarga ao longo dos cinco dias úteis, o que representaria autonomia perto de 95 quilômetros.

No terceiro quadro avaliado anda-se bem mais, 68 quilômetros por dia, situação para quem mora ou trabalha mais afastado do centro, nas cercanias da área metropolitana, e também leva e pega os filhos na escola. Aqui o retorno para casa na segunda-feira à noite indicaria bateria com 70% de carga. Apenas nessa situação seria preciso carregar o Leaf durante a semana (e apenas uma vez, na noite da quarta para a quinta-feira), fazendo com que o elétrico entrasse no fim de semana ainda com 40% de carga — e quase 110 km de autonomia.

O quarto e último cenário envolveu uma viagem de lazer curta da família a bordo do modelo 100% elétrico da Nissan. O trecho rodado foi de Curitiba a Paranaguá pela BR-277, passando pela Serra do Mar, em trajeto aproximado de 150 km, sendo cerca de 125 km em trecho plano com velocidade de 100 a 110 km/h e de 25 km de serra a 80 a 90 km/h.

Segundo a Nissan essas são condições semelhantes a outros trajetos comuns em viagens curtas de lazer, como São Paulo a Santos e Rio a Petrópolis.

Nesse quadro o Leaf chegaria ao destino, partindo com a bateria totalmente carregada, ainda com 82% de carga, ajudado pela regeneração na descida da serra. E na volta chegaria em casa com 35% de carga, com maior consumo na subida da serra. Ou seja: o elétrico conseguiria fazer o trajeto de ida e volta sem recarregar e ainda estacionaria na garagem de seu usuário com pouco menos de 100 km de autonomia.

Segundo representantes da Nissan ouvidos pelo Use Elétrico o estudo foi realizado por engenheiros brasileiros da montadora — o que ajuda a reproduzir com maior fidelidade o estilo local de condução.