Kia lança no Brasil o Niro, um SUV médio híbrido todo diferentão

Além do estilo ousado, modelo tem várias tecnologias inovadoras

Ainda que tenha chegado às concessionárias há algum tempo e já acumule mais de 50 unidades vendidas, apenas hoje (5/10) o Kia Niro foi oficialmente lançado no mercado brasileiro por R$ 205 mil na versão EX e R$ 240 mil na SX Prestige.

Aspectos técnicos à parte, o novo Kia tem tudo para ganhar o título de SUV híbrido mais diferentão do Brasil – se, é claro, existisse tal concurso. E não é só por fora, ainda que neste quesito seus predicados já sejam suficientes para conceder-lhe tal troféu imaginário.

O estilo de design é típico da nova linguagem da Kia: inegavelmente ousado e moderno, cheio de ângulos e detalhes surpreendentes. Pode até vir a ser do tipo ame ou odeie, mas é o caso clássico de carro que jamais passará despercebido pela rua.

Contribui fortemente para isso uma inédita e arriscada combinação de cores na qual a coluna C é pintada de cor distinta da carroceria. Ela pode ser cinza escuro se o carro for pintado de branco ou cinza claro, verde se a carroceria for branca, cinza ou preta, preta quando o carro é verde ou azul e laranja se o carro for cinza escuro ou preto – são assim, ao todo, nove combinações.

José Luiz Gandini, presidente da Kia do Brasil, confessou que não fez uma pesquisa prévia para saber se o consumidor brasileiro aprova a novidade, mas disse que cerca de 40% do primeiro lote de 145 Niro importados da Coréia do Sul veio com essa característica. Ele só não trouxe modelos com a coluna C laranja pois, em suas palavras, considerou a opção muito “cheguei” – gíria dos anos 80 para indicar algo espalhafatoso ou indiscreto.

Mas a tal coluna C tem valores bem mais interessantes que uma cor eventualmente cheguei: a peça traz junto à linha de base da janela traseira um duto para passagem externa de ar, o que ajuda na aerodinâmica (Cx 0,29) e, assim, na redução de consumo. É uma solução bastante engenhosa e certamente inédita pelo menos em carros das últimas décadas.

O Niro é diferentão também no que diz respeito ao câmbio automático de dupla embreagem: são seis marchas, mas todas à frente. É isso mesmo: não há engrenagem de ré, o que aliviou pouco mais de dois quilos do conjunto. Mas então o Niro não anda para trás? Claro que anda, mas quem faz a função de ré é exclusivamente o motor elétrico.

Ainda sobre o câmbio outra inovação: quando o carro está em modo Sport as borboletas atrás do volante fazem a função tradicional de subir e descer marchas, como em uma transmissão automática convencional. Porém quando se altera o modo para Eco elas assumem o comando de regulagem do nível de frenagem regenerativa, como em um modelo 100% elétrico.

Tem mais. O tampão do porta-malas foi substituído por uma espécie de tela grossa feita majoritariamente em material reciclado, que ao melhor estilo barraca de camping portátil pode ser dobrada várias vezes e guardada em uma pequena sacola dentro do próprio porta-malas, evitando assim que ocupe espaço ou dê trabalho quando precise ser retirada.

No interior os bancos dianteiros têm atrás dos encostos de cabeça um arco que, além de oferecer um visual bastante interessante, funciona como gancho para sacolas, paletós ou casacos. É um caso típico de design funcional.

Na parte de segurança um dispositivo elétrico mantém as portas traseiras trancadas quando os passageiros do banco de trás, geralmente crianças, tentam descer do veículo estacionado ao mesmo tempo em que esteja passando um carro, moto ou bicicleta. E não, não acabou: o sistema de leitura e manutenção de faixa de rolamento funciona mesmo que não existam faixas físicas pintadas na estrada, situação muito comum nas rodovias brasileiras, tomando como referência um veículo à frente.

E, finalmente, o sistema de áudio pode reproduzir sons pré-instalados de situações da natureza como cachoeiras, chuva, animais e outros, em busca de relaxar um motorista eventualmente estressado no trânsito pesado.

Na parte, digamos, mais comum, o Niro traz um conjunto mecânico com motor a gasolina 1.6 16V com injeção direta que, em conjunto com motor elétrico e bateria de polímero de lítio-ion de 240V, alcança potência combinada de 141 cv a 5.700 rpm e torque de 27 kgf.m a 4.000 rpm. O consumo, segundo o Inmetro, é de 17,7 km/l na estrada e 19,8 km/l na cidade. O tanque é de 42 litros, suficiente para até 800 km de autonomia, o que, segundo a Kia, é cerca de 30% mais em relação a seus principais concorrentes – leia-se Corolla Cross Hybrid, Taos e Compass 4xe.

O multimídia é compatível com Apple CarPlay e Android Auto com conexão sem fio e há carregador de celular por indução. Os bancos dianteiros têm nas laterais entradas USB-C para uso pelos passageiros do banco de trás.

Primeiro híbrido puro (não plug-in) da Kia por aqui (Stonic e Sportage são Mild Hybrid 48V), o Niro tem vários predicados para se diferenciar da concorrência e se destacar para o consumidor que procura um SUV médio, especialmente se um híbrido. Provavelmente seu maior inimigo será o baixo volume de importação: Gandini disse que pede 200 unidades por mês, mas não tem nenhuma garantia de que será atendido – a Kia da Coréia, assim como praticamente todas as montadoras ao redor do mundo, tem dificuldades para cumprir o cronograma de produção por escassez de peças e dificuldades logísticas que persistem como consequência direta da pandemia de covid-19.

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