Anfavea confirma quebra do recorde de vendas de eletrificados em setembro

Foram quase 6,4 mil unidades emplacadas: 1.400 de elétricos e 5 mil de híbridos

Está sacramentado: a Anfavea revelou nesta sexta-feira (7/10) as estatísticas do mercado nacional de veículos em setembro, que confirmaram um novo recorde mensal de vendas em veículos leves eletrificados, tanto em elétricos quanto em híbridos. Essa informação já havia sido antecipada com exclusividade pelo Use Elétrico na terça-feira (veja aqui).

Foram exatamente 6.388 veículos leves eletrificados vendidos no Brasil no mês passado, o que representou uma participação de mercado de 3,6%. Com isso os recordes anteriores foram pulverizados: até então o melhor resultado em volume era o de dezembro de 2021, com 4.545 unidades, enquanto o de participação pertencia a março deste ano, com 2,9%.

Isoladamente tanto elétricos quanto híbridos também quebraram seus recordes mensais de venda em setembro. Os 100% elétricos (BEVs) fecharam com 1.408 unidades emplacadas de acordo com a Anfavea, fatia histórica de 0,8%. O recorde anterior era de junho deste ano em ambas análises, com 1.087 unidades vendidas e 0,7%. Aliás, em toda a história apenas em junho e agora setembro o volume mensal de emplacamentos de elétricos superou 1.000 unidades.

Nos híbridos (HEVs) o mês passado fechou em 4.980 licenciamentos, já representando 2,8% do mercado total. Antes de setembro o recorde em volume pertencia a dezembro do ano passado, com 3.833 unidades, e de participação a março deste ano, com 2,5%.

No acumulado do ano, de janeiro a setembro, foram emplacados 34.232 veículos leves eletrificados no Brasil, 2,4% de participação de mercado. Como referência no mesmo intervalo do ano passado foram 21.400 e em todo 2021, de janeiro a dezembro, 34.990 unidades (1,7% de mercado). Ou seja: já nesta primeira quinzena de outubro o total de 2021 será superado.

Os elétricos somam nestes nove meses 6.188 unidades vendidas e 0,4% de mercado, mais do que o dobro de todo 2021, 2.860 emplacamentos e 0,1% de participação. Nos híbridos o avanço é mais discreto: de janeiro a setembro foram 28.044 licenciamentos e 2% de participação, enquanto o total do ano passado ficou em 32.130 unidades e 1,6% de mercado.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que “a eletrificação é uma realidade, e traz um componente muito importante para a descarbonização. O recorde é um dado importante, que precisamos acompanhar e fazer políticas que realmente levem em conta a importância e a relevância da eletrificação. Ela não pode ser tomada como um modismo, como acontece principalmente na Europa e nos Estados Unidos, mas sim como item fundamental para um setor competitivo, que tem no seu DNA as diversas rotas tecnológicas para descarbonização”.

É preciso, porém, certa parcimônia ao analisar-se os resultados de setembro. Ainda que nenhuma montadora admita oficialmente, pode-se notar um claro movimento de emplacamento de unidades não vendidas por algumas marcas, com vistas à adequação às metas anuais de eficiência eneregética estipuladas pelo programa federal Rota 2030. Isso porque a medição é feita calculando-se os licenciamentos de outubro do ano anterior até setembro do ano vigente, e quem não conseguiu alcançar a melhoria exigida apenas com seus modelos gasolina, flex ou diesel apelou para importação de híbridos e elétricos (e seu consequente emplacamento por conta própria, mesmo sem uma venda já fechada) para equilibrar o cálculo, que é feito marca a marca.

É difícil, porém, mensurar exatamente o quanto esse movimento inflou os números — ainda que certamente o tenha feito — porque o segmento de eletrificados segue sim em crescimento vigoroso no mercado interno. Ficará fácil, porém, identificar as marcas que utilizaram tal recurso diante das estatísticas dos próximos meses, que coincidem com o último trimestre do ano. É praticamente certo que para os eletrificados outubro será menor do que setembro em vendas por conta desta ocorrência, mas será a média do atual mês somado a novembro e dezembro que dirá o quanto o recorde foi inflado artificialmente, e em que proporção.

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