Europa assina acordo que confirma fim dos carros a combustão em 2035

Com isso região será 100% elétrica para automóveis e vans daqui 13 anos

A União Europeia chegou hoje (27/10) a um acordo formal envolvendo o parlamento, os estados membros e o executivo para banir definitivamente a venda de veículos leves novos com motor a combustão a partir de 2035 — ou seja, em mais 13 anos, o que não pode ser considerado um prazo longo especialmente quando se fala em indústria automobilística.

Oficialmente o acordo prevê uma exigência para que as montadoras atinjam meta de emissão zero de CO2 até 2035, o que na prática significa que nenhum carro ou van com motor a gasolina ou diesel (ou mesmo etanol, se fosse o caso) poderá ser registrado após esta data. Para alguns especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters essa decisão irá acelerar a transição para veículos totalmente elétricos na Europa.

O acordo ainda prevê uma redução de 55% nas emissões de CO2 para modelos novos de carros e vans vendidos a partir de 2030 tendo como base os níveis de 2021 — até então a meta existente obrigava redução de 37,5% na mesma análise.

Oliver Zipse, presidente da ACEA (a Anfavea europeia) e CEO da BMW, comemorou. Para ele “esta decisão ampla e abrangente é sem precedentes. Isso significa que a União Europeia será agora a primeira e única região do mundo a ser totalmente elétrica”.

Ele garantiu que “a indústria automobilística europeia está à altura do desafio de fornecer esses carros e vans com emissão zero”, mas salientou que “estamos agora ansiosos para verificar as condições essenciais para atingir esta meta refletidas nas políticas da UE, o que inclui uma abundância de energia renovável, uma rede de infraestrutura de carregamento pública e privada perfeita e o acesso às matérias-primas necessárias”.

As fabricantes de baixo volume ou de nicho, como, por exemplo, a Lamborghini, terão até 2036 para se adequarem, um ano a mais, portanto.

Para Frans Timmerman, líder climático da UE, “as montadoras europeias já estão provando que estão prontas para assumir o papel de liderança em carros elétricos, com modelos cada vez mais acessíveis chegando ao mercado. A velocidade com que essa mudança aconteceu nos últimos anos é notável”.

Vale lembrar que diversas marcas europeias já anunciaram intenção de produzir apenas modelos elétricos até antes de 2035, como Volvo e Mini, ambas em 2030. A Volkswagen também já avisou que só venderá modelos elétricos na Europa a partir de 2033. A Mercedes-Benz foi outra a manifestar apoio à proposta da União Europeia.

Nem todos, porém, estão satisfeitos. Jens Gieseke, legislador e negociador do Partido Popular Europeu, de linha conservadora, disse que a assinatura do acordo criará o que chamou de ‘Efeito Havana’. Para ele “depois de 2035 nossas ruas podem ficar cheias de carros antigos, porque os carros novos não estarão disponíveis ou não serão acessíveis. O acordo de hoje fechou a porta para novos desenvolvimentos tecnológicos e colocou todos os ovos na mesma cesta. Isso é um erro”.

Segundo dados da ACEA no ano passado um em cada cinco carros e vans 0 KM vendidos na Europa era elétrico ou híbrido plug-in, correlação que deve saltar para três em cada cinco em 2030.

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