Também chamada de eFuel, eletrocombustível e gasolina sintética, usa eletricidade para sua produção

Um novo capítulo na história da eletromobilidade começou a ser escrito nesta terça-feira (20/12). A empresa HIF, de Highly Innovative Fuels, em parceria com outras companhias como Porsche e Siemens, iniciou oficialmente a produção de ‘gasolina elétrica’, também chamada de eFuel, e-gasolina, eletrocombustível ou simplesmente combustível sintético em sua fábrica-piloto ‘Haru Oni’, em Punta Arenas, no extremo Sul do Chile, região da Patagônia.
A planta combina energia eólica, água e CO2 para gerar gasolina neutra em carbono a partir de eletricidade.
Para Barbara Frenkel, da Porsche, “o potencial dos eFuels é enorme. Atualmente existem mais de 1,3 bilhão de veículos com motores de combustão em todo o mundo. Muitos deles estarão nas estradas nas próximas décadas, e os eFuels oferecem aos proprietários de carros existentes uma alternativa quase neutra em carbono”. A executiva acrescenta que a montadora “está comprometida com um caminho duplo: mobilidade elétrica e eFuels como tecnologia complementar, pois a utilização do combustível sintético reduz as emissões de CO2 e sua produção deve avançar em todo o mundo”.
Já Anne-Laure de Chammard, da Siemens Energy, empresa responsável pelo design da instalação, acrescenta que “o começo da produção do e-Fuel é um passo adiante essencial na descarbonização do setor de transportes, especialmente em segmentos que são difíceis ou impossíveis de eletrificar, como o transporte marinho, a aviação ou mesmo os carros a combustão interna ainda em uso”.
A Porsche explica que a região do extremo Sul do Chile oferece condições ideais para a produção de eFuels, com ventos que sopram cerca de 270 dias por ano e permitem que as turbinas eólicas operem a plena capacidade. Punta Arenas também está localizada perto do Estreito de Magalhães, significando que a partir do porto de Cabo Negro o combustível sintético pode ser transportado como os combustíveis tradicionais para todo o mundo, e ser distribuído utilizando a infra-estrutura global já existente.
A cerimônia de inauguração da planta contou com o abastecimento de um Porsche 911 com os primeiros litros da ‘gasolina elétrica’ produzidos no local.

Na fase piloto está prevista a produção de cerca de 130 mil litros da e-gasolina por ano. Inicialmente o combustível será usado em projetos como o Porsche Mobil 1 Supercup e nos Porsche Experience Centers. Após a fase piloto a previsão é subir exponencialmente a produção, chegando primeiro a 55 milhões de litros por ano até por volta de 2025 e depois disso a 550 milhões de litros/ano a partir de 2027.
Segundo a Siemens a fábrica estará completamente pronta para operação em março de 2023. A empresa diz que “o projeto tira vantagem do vasto potencial para energia renovável da Patagônia para alavancar o mercado de hidrogênio e, por consequência, a transição energética na Europa e ao redor do mundo. Os fortes ventos da região oferecem mais de 6 mil horas de carga máxima de operação para a geração de eletricidade verde, cerca de três vezes a quantidade disponível na Europa”.
A empresa explica ainda que “o grande desafio do projeto foi combinar as etapas de produção dos combustíveis sintéticos, que antes só haviam sido testadas individualmente, e coordenar isso pela primeira vez em uma cadeia de produção eficiente e sem problemas. Esta integração é a base para a construção da produção de e-Fuel”.
Apenas a Porsche já investiu, sozinha, US$ 75 milhões no projeto, que conta ainda com o apoio da Ministério Federal para Assuntos Econômicos e Proteção Climática da Alemanha, que também participa do financiamento da primeira unidade da HIF — que pretende construir outras unidades semelhantes na Austrália e nos Estados Unidos.

Finalmente uma mat realmente instigante.
V.
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