Sistema pode ser aplicado tanto em veículos novos quanto usados

A unidade brasileira da Stellantis revelou nesta quarta-feira (18/1) que está trabalhando em um projeto de retrofit para conversão de veículos comerciais leves (como a Fiat Fiorino e sua irmã gêmea Peugeot Partner Rapid) de motor a combustão interna para 100% elétrico, que poderá ser aplicado a modelos novos e usados.
O projeto ocorre em parceria com o programa Senai A3 do Rota 2030, Weg e FuelTech. Segundo a montadora “a proposta é oferecer uma solução inovadora de mobilidade sustentável com emissão zero e assegurar qualidade na conversão de veículos como equipamento original de fábrica, garantindo segurança, durabilidade e homologação”.

A Stellantis já havia tomado uma iniciativa quase idêntica na Europa, conforme noticiou o Use Elétrico no início de dezembro (veja aqui).
Segundo a montadora o processo de conversão começou em 2022 e na etapa atual do programa de desenvolvimento é feita a remoção do powertrain original a combustão e instalado um kit de conversão e o conjunto de baterias, que fica no compartimento de carga (para evitar adaptação da estrutura original).
Os utilitários serão oferecidos a partir de abril para os clientes B2B (ou seja, frotistas) selecionados.

Os testes das primeiras unidades convertidas, informa a Stellantis, serão em vias públicas para identificar os principais fatores técnicos e econômicos envolvendo os componentes locais dos veículos. Para isso, será realizada uma coleta de dados para entender melhor o uso e ajustar os parâmetros, caso necessário.
A proposta é oferecer veículos elétricos acessíveis, destinados a profissionais com utilização urbana diária média de 100 quilômetros.
Breno Kamei, diretor dos Programas e Planejamento de Produtos da Stellantis para a América do Sul, diz que “a Stellantis está na corrida para construir um negócio sustentável e lucrativo que promova a economia circular nos mercados em que opera. Essa metodologia é mais um passo na direção da oferta de mobilidade sustentável e acessível, que é nossa prioridade”.

Segundo ele “nesse momento essa iniciativa está sendo desenvolvida apenas em frotas de veículos comerciais, mas a intenção é expandir para outros modelos, a fim de atender a todos os públicos nas próximas etapas”.
Já Leonardo Oliveira, gerente de operações do Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, acrescenta que “para o Senai o projeto representa uma excelente oportunidade para desenvolver competências, de forma a contribuir, cada vez mais, para a evolução das tecnologias voltadas para o processo de descarbonização da economia, para a sustentabilidade e economia circular. Aportando recursos, know-how e capital intelectual para o incremento da competitividade da indústria do setor, esperamos compartilhar com os parceiros do projeto os frutos do pioneirismo representado por esta iniciativa”.