É a primeira vez que a associação faz uma estimativa exclusiva para o segmento

O Brasil deverá encerrar 2023 com 70,5 mil veículos eletrificados – ou seja, elétricos e híbridos – vendidos no mercado interno. A previsão foi anunciada por Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, nesta segunda-feira, 6, durante coletiva de divulgação de resultados da indústria no primeiro bimestre.
É a primeira vez que a Anfavea faz uma previsão específica para o segmento de eletrificados. Além disso é a única projeção que pode ser chamada de oficial para o setor, já que a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, não revelou nenhuma previsão de vendas para este ano.
De acordo com o levantamento divulgado hoje pela associação os 8,8 mil automóveis eletrificados vendidos no bimestre significaram aumento de 45% ante o mesmo período do ano passado, o que projeta um crescimento superior a 40% até o fim de 2023.
Para o dirigente “este segmento é muito importante para a Anfavea, e por isso todos os nossos esforços estão voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das nossas matérias primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia, até o uso de novas fontes de energias limpas e de infraestrutura de transmissão e distribuição”.
Imposto zero
O presidente da Anfavea voltou a abordar a polêmica envolvendo a atual política de imposto de importação zerado para elétricos. Segundo ele “a Anfavea não é contra o imposto de importação zero para elétricos. A Anfavea representa montadoras que significam 85% da produção mundial de veículos. A exportação e a importação são feitas pelas próprias montadoras, por nós mesmos.
O que nós estamos discutindo não é o cenário de hoje, desse momento, do volume atual. O cenário que discutimos envolve até um aumento dos níveis de importação de elétricos sem imposto de importação, inclusive para distribuidores. O que queremos é uma regra de transição, uma previsibilidade para o futuro, que não se deixe a porta aberta para que com isso deixemos de receber investimentos para eletrificação.
O que temos hoje nos ajuda com desenvolvimento da infraestrutura, da divulgação da tecnologia. O que defendemos é um processo de transição. A regra como está hoje não diz o que vai acontecer mais para a frente, não tem um limite de tempo. Defendemos a previsibilidade.
O Brasil tem entrado na rota da produção de veículos elétricos, como por exemplo nos ônibus. Há muita movimentação sobre investimentos para este segmento. Estamos no caminho de discussões e medidas que devem ser anunciadas para aumentar a competitividade do Brasil”.
Segundo o presidente da Anfavea mesmo os veículos oriundos de países com os quais o Brasil não tem acordos bilaterais, como a China e outros mercados asiáticos, continuarão, dentro de uma proposta discutida pela associação com o governo, chegando ao Brasil com imposto de importação zero – ao menos em uma primeira etapa.
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