Acordo envolve Shell Brasil, Raízen, Hytron, USP e Senai

A Toyota do Brasil anunciou na última sexta-feira (31/3) que participará de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. A montadora vai oferecer o Mirai, o primeiro carro de série movido a célula de combustível (Fuel Cell EV) para testes sobre o desempenho do veículo quando abastecido com o hidrogênio renovável.
A iniciativa ocorre em parceria com Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT.
Essas empresas já haviam assinado um acordo de cooperação, em setembro de 2022, para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. A parceria buscará desenvolver a tecnologia por meio da construção de uma planta dimensionada para produzir 4,5 kg/h de hidrogênio, com início de operação previsto para o primeiro semestre de 2024 dentro do campus da USP, na cidade de São Paulo. O investimento é de R$ 50 milhões.
O hidrogênio renovável será produzido a partir de etanol fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que atualmente pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil.
O Mirai (que já está no Brasil há algum tempo) será entregue ainda neste primeiro semestre ao RCGI da USP. Além do Toyota o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária.
O Mirai é um carro elétrico em sua essência, mas que não utiliza recarga elétrica externa, pois é movido por meio de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio é armazenado em tanques, enquanto o oxigênio vem de fora do carro. A mistura causa uma reação química, liberando energia, que é transformada em eletricidade, que carrega uma bateria que, por fim, alimenta o motor elétrico. Como resultado tem-se um veículo 100% livre de CO2, com autonomia estimada em 600 km e que emite apenas vapor d’água pelo escapamento.